Amizade feminina

Tão bom quanto paquerar na balada e beijar na boca é o momento pré-balada com as amigas. Hoje, avistei da varanda da minha casa um quarteto de meninas superproduzidas batendo papo, contando quem ligou, quem estaria na festa, comentando sobre o look uma da outra, elogiando o cabelo, “onde você comprou essa calça linda de morrer?”, “me ensina a fazer essa maquiagem”.

Nenhum homem no mundo é capaz de nos presentear com essa sensação de estar junto dessas mulheres queridas. Momento impagável. Aquele em que todas as possibilidades estão latentes, em que fazemos elocubrações, nos sentimos amadas e inseridas em um grupo de gente que a gente ama.

Pra que ter pressa de arrumar um namorado e ficar o final de semana toda amarradinha só com o cara? Que delícia é estar entre as mulheres, antes de tudo acontecer, antes do nosso futuro chegar, quando tudo ainda é instável, é sonho, é brincadeira. Quando tudo ainda está para rolar.

A gente dá risada, a gente não sente culpa,a gente não se sente responsável por ninguém. Está ali, no momento presente, só se divertindo e tornando grandiosas as nossas histórias bobas, só por recontá-las e ser prontamente ouvida por outras mulheres especiais, que entendem as angústias e expectativas femininas. Que entendem os pormenores da dúvida, da ansiedade.

Como eu amo os clubes das luluzinhas, estar entre as meninas superpoderosas. Brincando de desfile, dando beijos de batom no espelho, pegando emprestado as roupas umas das outras, experimentando sapatos alheios, dando pitaco no jeito de ser, de falar, soltando gargalhadas homéricas sem medo de parecer ridícula ou pouco sensual. Sendo você mesma. Diferente das outras e igual em tantos sentidos.