segunda-feira, março 21

Medos


Medo, medo, medo. De ser comum, ou não-importante. Medo de fracassar. Medo de não ter nada só meu, nada pra se admirar. Medo de virar uma dona de casa fracassada. Menos que a mulher que um homem precisa ao lado. Menos que eu.
Medo de ser esquecida, de ser apagada. Medo de ser aquela pessoa que os outros não chamam pra sair, não se lembram o número. Medo de não me fazer lembrar.
Medo de rotina, de estagnação. Medo de fracasso, fracasso, fracasso. Medo de solidão.
Eu costumava ser um pessoa apreciada, até mesmo quando rude. Eu me fazia presente, eu era mais de mim. Eu era um furacão, eu era a festa.
Eu era indomável, imprevisível. Eu era uma puta mulher. Eu não tinha vergonha de ser eu, nem de me expor. Eu não tinha medo que me olhassem, e sempre engoli minha timidez. Eu era corajosa, independente. E me virara muito bem sozinha. Eu não tinha medo. De nada, nem de ninguém. Eu estava certa do sucesso, por que ele só depende de mim. Eu era uma rainha. Orgulhosa por natureza, tão forte que chegava a da medo.
E hoje eu me diminuo. Faço, todos os dias, menos de mim. Medo, medo de nunca chegar a ser a mulher que eu quero ser. De me sentir sempre impropria demais, nova de mais, pequena de mais. Menos do que eu sou.

2 comentários:

Monica disse...

medos é bom te-los..imagine uma vida sem medo de nada.
Que sensaçao seria nao sentir aquele friozinho na barriga e nao ter coragem de enfrenta-los.
bjs

Unknown disse...

Eu o deio o medo! Bju

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